quarta-feira, 1 de agosto de 2012

HOMEM GUITARRA

                                         NEILTON CARVALHO
                                http://www.youtube.com/watch?v=7BIwzsBqrcg

Neilton Carvalho



Neilton Carvalho fabricou a primeira guitarra aos 17 anos e não parou mais.
Hoje, produz amplificadores e pedais, além de ensinar sobre o assunto.
Foi por necessidade que Neilton Carvalho fabricou a primeira guitarra, aos 17 anos. Não tinha dinheiro para uma nova – a que usava era o modelo mais barato comprado em um supermercado e vivia “dando bronca”. De uma loja, arrumou braço e corpo para o instrumento. O resto veio de sucata – a mola, por exemplo, era do fogão da mãe. Com a invenção, ele tocou os primeiros sucessos do Devotos [ex-do Ódio], banda recifense da qual faz parte até hoje. A vocação para artesão da eletrônica uniu-se ao lado empreendedor do artista e, junto com amigos, montou uma fábrica de amplificadores valvulados e pedais, a Altovolts, que define como uma ode à tecnologia morta.
A curiosidade encontrou vazão na música. Durante os recreios escolares, Neilton ia ‘paquerar’ as guitarras do supermercado ao lado do colégio. Com o dinheiro da venda de pulseirinhas que produzia e uma ajudinha do pai, comprou a guitarra que “não era lá essas coisas” – mesmo com as várias reformas executadas pelo músico. Construiu o próprio instrumento, que apelidou de “Gorda”, pois era de mogno maciço e pesava cinco quilos, e ganhou fama pelo feito. “Em uma gravação, um repórter perguntou qual era a marca da guitarra que eu tocava e disse que não tinha, porque eu havia montado. Então, isso chamou atenção da mídia, mais até que o nosso som. Isso incomodava na época”, comenta.
Ao assinar contrato com uma gravadora para lançar o primeiro disco do Devotos, Neilton pôde, finalmente, comprar a sonhada guitarra: a Gibson Les Paul. Também adquiriu um amplificador. “Mas eu não conseguia fazer com ela o som que eu ouvia das bandas que gostava. Foi quando eu encontrei um amplificador valvulado em um sebo no Recife. Levei pra desmontar em casa e vi que ele era quase vazio. Entendi que não estava faltando nada, ele era daquele jeito, do jeito que eu queria. E o povo estava dispensando esses modelos em troca das grandes marcas”, disse.

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